sábado, 2 de maio de 2015

Um romântico contido

Impossível falar de literatura Brasileira sem mencionar o nacionalista radical, àquele que transformou seu nome em adjetivo, ou seja, iríamos todos nós, nascidos na terra de Iracema, nos torna Alencarinos.
José Martiniano de Alencar Junior, o cazuza na adolescência, e caturra na infância, nasceu em primeiro de maio de1829, em Messejana. De espírito inquieto e apaixonado, fora sempre taxado e/ou acusado de monarquista, conservador, tendo de se defender das acusações de escravista. Aliás, Alencar passou boa parte de sua curta vida se defendendo, tanto na arte literária quanto na política. O primogênito de Dona Ana Josefina e de Senador Alencar, queria uma literatura brasileira, um teatro nacional, uma música sem favores a cultura européia. Porém, Alencar não deixaria de reverenciar seus amados Lamartine, Victor Hugo, Chateaubriand, James Fenimore Cooper, Walter Scott, Balzac.
Ainda, na capital paulista, começou sua trajetória no mundo das letras, quando no primeiro ano do curso de direito,criou uma revista com os colegas, "Ensaios Literários", no qual publicou "A pátria de Camarão" (sobre Felipe Camarão que combatera a invasão Holandesa) e "Questões de estilo". Alencar era leitor oficial nos saraus da casa, nas noites, no Rio de Janeiro, quando seus familiares se reuniam em torno da mesa, iluminados pela Lâmpada de óleo para ouvir as novelas inglesas que muitas vezes arrancavam lágrimas dos ouvintes nos capítulos de maiores emoções. Alencar relembraria esses encontros em sua autobiografia "Como e porque sou Romancista":
                       "Foi essa leitura contínua e repetida de novelas e romances que primeiro imprimiu em meu espírito a tendência para essa forma literária que é, entre todas, minha predileção?"  
 Em 1851, Alencar estreia no jornalismo, no Correio Mercantil. Estreia na ficção em 1856, como o romance Cinco Minutos, em formato de folhetins no Diário do rio. O mesmo caminho percorrido por sua segunda obra "A Viuvinha".
Em 1857, publica, com grande repercussão, "O Guarani". A história de amor entre Peri e Ceci, o índio que se apaixona pela mulher branca, transformada em ópera nos acordes de Carlos Gomes, grande sucesso na Scala de Milão em 1870. Em 1857, estréia a peça "As asas de anjo" que fora proibida depois de três dias em cartaz.
em 1865, lança "Lucíola" e em 1863 lança seu segundo perfil feminino com "Diva". Alencar lança, em 1865, sua obra-prima Iracema, que narra a história de amor entre o fundador do Ceará, Martim Soares Moreno, e uma índia tabajara, a "virgem dos lábios de mel" e "cabelos mais negros como a asa da graúna". Em 1870, publica "O gaúcho, A pata da gazela, e O tronco do ipê". E lança Ubirajara e Senhora em 1874. Em 1875, sai O sertanejo e em 1893 sai a publicação póstuma do já citado "Como e porque sou romancista".
Alencar morre em 1877 de tuberculose, deixando para posteridade um legado de cultura, talento, ousadia e um projeto de construção de nossa identidade, a "cara do Brasil", para muitos considerado o fundador do romance nacional.

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