terça-feira, 12 de maio de 2015

Dia das mães

É costume, aqui no Brasil, comemorarmos o dia das mães no segundo domingo do chamado mês das noivas. Entre goles de chá, numa segunda-feira preguiçosa, pergunto-me se realmente há a necessidade de termos tal data comemorativa, pois, muitas das vezes, esquecemos do real sentimento deste dia justamente por estarmos atrelados pelo consumismo propagado pela mídia, principalmente em datas nas quais estamos, teoricamente, mais amáveis e sensíveis para com nossa genitora.  Assim, relacionamos o dia das mães aos mimos e presentes mercadológicos, enquanto que benesses mais importantes são esquecidas ao longo dos dias em troca de produtos de consumo.
A meu ver, nada de errôneo há em presentear nossas ilustres mães, autora de nossa existência. Afinal de contas, não há nada de mal em dar-lhes um presente que possivelmente trará alegria e contentamento. Porém, no mundo contemporâneo, o que percebemos é uma propagação a comprar, como se o resultado final de um dia de festejos fosse apenas o produto com tanto esmero embrulhado. O dia de nossas genitoras tornou-se símbolo do consumo pelo consumo, enquanto que a singela e pura satisfação é justamente a demonstração do afeto, do companheirismo e da consideração para com nossas “senhoras”, e não somente a satisfação imposta por viés mercadológica.

 Diz-nos a lenda que os primórdios desta celebração datam de maio de 1905 na cidade de Grafton, no estado da Virginia quando Anna Jarvis perdeu sua mãe, Ann Marie Reeves Jarvis. A jovem, diante da dor ocasionada pela perda de sua mãe, organizou, com a ajuda de amigas, um evento para homenagear todas as mães, além de ensinar às crianças a relevância da figura materna. Assim, celebrou-se um culto em homenagem às mães na igreja metodista na qual era filiada. O sucesso da atitude de Anna e suas amigas chamou a atenção da população e dos líderes políticos de então. A repercussão se espalhou pelo “tio Sam”, sendo adotada por outras regiões. Assim, em 1914, Woodrow Wilson, então presidente dos EUA, propôs o segundo dia de maio como o dia nacional das mães. Anna Jarvis se tornou, assim, patrona dessa data.
Hoje, porém, vemos bem distante atitude como a de Anna. Vejo filhos que não respeitam sua mãe, rebentos que não fazem uma visitinha, “crias” que nem ao menos fazem uma ligação a fim de saber como estão suas protetoras desde tenra infância. Enquanto isso, esses mesmos filhos postam, em épocas de festejo às mães, declarações amáveis para posarem de bons filhotes na internet via redes sociais. A artificialidade desses ditos “filhos” só não engana a eles mesmos. Assim, a lembrança de sua mãe só vem quando há alguma celebração relacionada diretamente a elas, tais como: aniversários ou dia das mães.
Ao pegar da ‘pena’ a fim de escrever esta crônica, lembrei-me em flash de momentos cruciais dos quais a participação de minha mãe foi de extrema relevância para meu estimado andar neste mundo. Mundo, muitas das vezes, cruel e injusto. Das muitas decisões que tive que tomar a estimada contribuição de diálogos que tive minha genitora, foi de preciosa valia para que eu pudesse direcionar minhas ações.

Domingo último foi mais um dia desses. Reunião leve e amigável na qual desfrutamos de uma excelente macarronada, um ótimo arroz à grega, uma feijoada com salpicão, alguns petiscos e, por fim, um delicioso mousse de chocolate. Amigos, família, namorada e, óbvio, a homenageada, todas estiveram presentes nesta reunião “domingal”. O mais importante em datas assim é justamente a comunhão e a paz que circula nas faces das pessoas. Sendo assim, desejo que os filhos deem a devida importância que suas mães merecem. Não somente nas festividades, mas durante todo o ano. Visitem-nas mais vezes, telefonem para conversar ou ao menos dizer um “olá”. Ou, ao menos, teclem com elas através dos whatsapp ou facebooks da vida. Não esperam que elas não estejam mais aqui para que possamos, mesmo que minimamente, demonstrarmos nosso amor para com elas.   E por fim, não perpetuem a ideia de apenas aquecer o consumismo, tornando, assim, o presente em ponto final da festa.

Um comentário:

  1. Amei saber da história deste dia tão especial. E concordo que nos tempos atuais, as pessoas estão se importando mais com o que vai comprar pra mãe, do que em preocupar - se se ela esta bem de coração, de lhe dar carinho, e de lhe dizer o quanto a ama e nenhum presente por mais caro que seja vai "pagar" por tudo o que ela ja fez e o que já deixou de fazer por nós! ;)

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